Recentemente, fruto de celeuma inflada pela
divulgada sinopse de novela global a ser televisada, suponho ter captado o verdadeiro significado do que venha
a ser uma obra aberta. Se correta a interpretação deste humilde cidadão,
amparada nas apreciações de afamado consultor da dita série televisiva, naquele
tipo de manifestação autoral esboroam-se limites à imaginação, que a vôo de
pássaro extrai elementos da realidade e
os processa ao seu exclusivo arbítrio na produção engendrada.
Recorrendo aos meus botões perceptivos,
resolvi elaborar este ensaio despretensioso, refutando eventuais amarras factuais
coercitivas de idéias e ideais, por extravagantes que pudessem parecer. Afinal,
pensei, ao enveredar pela senda da obra liberta estarei autorizado a divagar
e proclamar os impulsos mais esquizóides
da própria consciência. Destarte, munido do habeas corpus prévio proporcionado
pela abrangente conceituação artística, ouso externar aos diletos confrades a
intimidade recôndita de minh’alma, reconstruindo-me sorrateiramente ao refletir
virtudes intrínsecas a individualidades
modelares:
Do Arataquinha, por exemplo, apropriaria a
alegria contagiante, a simpatia congênita, as duzentas mil horas planando no
éter, a benquerença da Turma;
Do KbçA, o desvelo, a sistematização de
procedimentos, o método, a organização, a preservação singela da memória
grupal;
Do Bac, a combatividade, a racionalidade, a
magnanimidade, a destreza eqüestre, a vitalidade juvenil, o empreendedorismo
persistente;
Do Boca, o olhar compassivo, as quatrocentas
e vinte e sete medalhas, a veia espirituosa, a euforia espontânea, o ar
romântico- depressivo, a gentileza afetiva;
Do Boita, a ferocidade faca nos dentes, o
sotaque gaudério-citadino, o humor causticante, a extroversão borbulhante,
a sagacidade, a autenticidade;
Do Cordeirinho, a polivalência atuante, as
opiniões incisivas, a tranquilidade de Serra, o dinamismo pontoneiro, o ativismo autoral-musical;
Do Velho Brito, os cabelos cor de neve, a
tabelinha com o KbçA, a capacidade gerencial, a criatividade virtual, a
benemerência da Turma;
Do Coco, o talento literário, a musa das
arcádias, a reinvenção incessante, o domínio das carrapetas midiáticas, a arte multifacetada;
Do Dal Bello, a aptidão matemática, a risada
desatada, a mente aguçada, o cumprimento arretado, o astral craque NBA, o mestrado em
simpatia;
Do Damerran Salvanyus, a impetuosidade, o
destemor, o vanguardismo, a caça ao saber, o carisma, a espiritualidade, a
humildade, a liderança, o senso de justiça;
Do Lobo do Moneró, a compleição atlética, a
formação jurídica, a habilidade esportiva, a destreza de motociclista, a paixão
clubística;
Do Mário Augusto, a naturalidade maranhense,
a carioquice recidiva, a baianidade adotiva, a passionalidade alvinegra, a
musicalidade singular;
Do Micelli, o bucolismo paradisíaco de Nova
Trento, o coração arma de heróis, a proximidade afetiva, as intervenções
pertinentes;
Do Patinho, o tom jocoso, a seriedade
enganosa, as narrativas ficcionais hilárias, o doutorado física quântica, o
olhar esgazeado, a cabeleira prateada;
Do Pinpin, a alma tijucana, as panteras
insanas, as carretas bacanas, a elegância casual-chic , a descontração carioca,
a vocação artilheira;
Do Renatinho, a mineirice postiça, as
estupendas máquinas supersônicas, a
realeza BR-3, o charme discreto da
juventude sessentona;
Do Saint-Clair, os mimos à Diretoria, a
verve de bardo singular, a cultura geral invejável, os passeios jetsetters,
a perspicácia mundana, a ascendência 3 C;
Do Simões Júnior, a aptidão literária, a
capacidade narrativa, a sensibilidade descritiva, a assessoria decisiva ao
magnífico site da Turma;
Neste curto ensaio ilustrando eminente rol
de confrades, a maioria NB da TuMMM/RJ, relatei aspirações para uma nova
identidade pessoal, graças às infinitas potencialidades da obra aberta. Decerto
o estágio contemporâneo da engenharia genética
obstará aquisição de HD com as especificações personalógicas alinhavadas,
em substituição ao original de quase sessenta e três anos em uso. Assim,
permaneço atento às pesquisas científicas, já sendo feliz proprietário do
almejado crachá de cobaia preferencial, disposta a sacrifícios extremos para
conquistar o desiderato supremo da personalidade back-up.
Antecipando-os aos amigos leitores, desvendo
os desígnios deste rascunhador de sonhos abertos, quando dia houver em que
poderei usufruir do fino cardápio de atributos hoje diluídos entre os queridos confrades nomeados.
Serei Dom Obá IV, o Restaurador, a varrer da face planetária o IBOPE, a
petralhice exultante, a vulgaridade noveleira, a marquetagem dissimulante, o
bacharelismo estultante, as indignas cotas raciais, a politicalha rastejante, a
retranca esportiva, a pieguice inzoneira, a burrocracia aloprante, a hipocrisia
dominante, a grosseria triturante e a mediocridade triunfante. Resgatarei, ou implantarei, a sinceridade 3C,
a meritocracia, a fidalguia, a cordialidade, a pura amizade, o futebol ofensivo, a bossa
nova, o jazz, as big bands, os bondes elétricos, a feminilidade, a saúde
coletiva, a escola pública de qualidade, o ensino
integral, a erudição irrestrita, o sorvete do Moraes, a pizza do Palheta e os
cinemas da Saenz Peña.
Aguardo, ansioso, a substituição do meu HD.
Quando acontecer, e estas considerações estiverem animadas pelo sopro da vida
real, de alguma galáxia do firmamento infindo a Tu MMM celebrará a sua fraternidade sempiterna, aqui
muito bem representada pelos dezoito inspiradores deste brevíssimo opúsculo
aberto.
Rio, 27 de
agosto de 2012
Dom Obá III,
recente cultor de aberturas, consultor metafísico S/A.
DOM OBÁ III,
ResponderExcluirA SUPERAÇÃO DE VOSSA MAJESTADE ALCANÇOU OS PÍNCAROS IMACULADOS DO BEM DIZER.
A MINHA HUMILDE TENTATIVA DE VATE SIMPLES ESTÁ EM EXCELSA GLÓRIA COM A SUA MAGNÂNIMA REFERÊNCIA.
QUISERA SER NÃO SÓ UMA PIEDOSA CONDESCENCÊNCIA DE VOSSA MAJESTADE E IRIA DE VOLTA À TERRA, RETORNANDO AO PÓ, PLENO DE GOZO INVEJÁVEL E TORPE, POIS:
JAZ IMÓVEL O CORPO SOBRE A ARIDEZ DA TERRA,
DEVOLVIDO AO NADA SIGILOSO DE ONDE VEIO,
PERPETRADO PELO SIGMA DO MISTÉRIO.
VOLTA AO NADA, DE ONDE SEI, NUNCA SAIU,
DEBALDE PENSE,
POIS A VERDADE PRISCA E CLARA,
SOMOS NADA E NADA MAIS!
UM FRATERNO ABRAÇO,
DOM COCO
MEU QUERIDO NILÃO
ResponderExcluirPODER CONVIVER COM VC FOI, É E SEMPRE SERÁ UM RARO PRIVILÉGIO DESTA MINHA...infelizmente... CURTA VIDA.
OBRIGADO POR ME INCLUIR NESSE SELETO GRUPO....."OS DEZOITO DE DOM OBÁ".
AGUARDAREI ANSIOSO O INÍCIO DAS GRAVAÇÕES.
HAVERÁ SEMPRE UMA CAVALARIA
Renato Araujo
Caro Nilo
ResponderExcluirFico alegre em participar desse grupo que com certeza tem muitos mais.
A vigilância determinada pelos companheiros em preservação de nossa identidade como turma e como Força nos leva a vigilância perene.
Alguns atos que parecem isolados são picaretas na base da Instituição e que nunca mais se recupera...
Velho Brito