terça-feira, 6 de novembro de 2012

SALVE CAV

Há meses irromperam na rede  acirradas e oportunas querelas
Quando anunciaram as benesses de novel e instrutiva novela
Animados, seus arautos pareciam aferrados a ignoto esporte
De ao povaréu trombetearem o global folhetim Salve Jorge

Noticiando ardilosas chamadas, outrora queriam fazer crer
Possível televisiva quimera de se alavancar a imagem do EB
A despeito de lhe excederem afeto, honra, história e glória
Nas gentes brasileiras cultuadas nos corações e memórias

Agentes da res noveleira, profissionais do sonho e fantasia
Logo escolheram cenários da intrépida, charmosa Cavalaria
A ambientar enredo misturando desde favelas a biroscas,
Regimentos, quartéis, proxenetas, terreiros da Capadócia

Humilde e cético critiquei a propalada,  estranha homenagem
Que perdoem a crueza, hoje se afoga em ritos da bandidagem
Onde capitão reitera conduta criminosa de envenenar animal
E outro se gaba de namorar ex- periguete de falecido marginal

Ao externar opiniões, ensinaram-me a expressão obra aberta
Conceito sutil a justificar licenças patéticas de modernosa esteta
Porém incapaz de convencer a este atarantado e confuso profeta
A poder aviltar a Arma Ligeira, aos Cavalarianos tornando patetas

Abarrotaram minha caixa contra os desígnios da Vênus Platinada
Imaginei reeditar arregimentação de épica, contemporânea cruzada
Malgrado vários confrades evidenciassem olhares pouco escolados
Crentes supondo ser a tal série revival  da glamurosa Anos Dourados

Disseminando teorias espúrias, enxovalharam o santuário de quartel
Assemelhado  a  Sodoma e Gomorra, chafurdado na moral de bordel
Quarenta anos, alguns deles nas baias,  jamais conheciiguais tramóias
Ora banalizadas a milhões de patrícios pelas tramas de infame escória

Temo o pior esteja ainda por vir, atrelado ao manda-chuva do IBOPE
Para obter audiência, vale tudo e algo mais assacando sujos golpes
Daí, talvez o capitão corresponda ao amor do comandante por inteiro
Ou a tenente escancare a paixão pelo cabo no escurinho do picadeiro

Desperta e alevanta-te gloriosa, sacrossanta e querida Arma de Heróis
  Sai da sonolência oposta ao rugir dos blindados e ao galopar dos corcéis
Prepara-te  em linha de batalha, teus esquadrões contra ímpios e pragas
 Madrugada, confusão, coices, clarins e sapatas: CARGA, CAMARADAS!!!

Rio, 04 de novembro de 2012
Dom Obá III, cabo das baias honorário. Cavalaria, mais que uma Arma, um estado d’alma!

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