Novas e desta vez gratas surpresas: integrado aos habituais confrades
reconheço o Vargas, ínclito artilheiro, paulista radicado em Campo Grande-MS,
hoje a compor com o também artilheiro Ávila e o infante Corrêa a representação
da Nação72 naquela importante guarnição do EB/CMO. No curso do encontro, de
saudosas reminiscências, ao ser indagado por mim sobre a
correspondência virtual da Turma, o Vargão declarou acompanhá-la de perto, em interessante
subsídio a recente e oportuno chamamento do Simões Júnior quanto à maior
participação coletiva, sobretudo a fim
de serem emitidas opiniões e relatos pessoais. Caro Simões, aposto que a maioria silenciosa está atenta e pouco a pouco se pronunciará na Intranet da Tu MMM. É
aguardar para crer. Aliás, a razão principal de o Vargas ter vindo ao Rio foi a
formatura de filho seu na Escola de Marinha Mercante, motivo de alegria geral a
par do convívio na reunião em foco.
Bem acompanhado esteve o Vargas
no rol de visitantes ilustres. O capitão Israel, antigo monitor na Seção de
Educação Física acadêmica, de inesquecível assessoramento nas instruções de
superação de obstáculos da Pista de Pentatlo Militar, especialmente no uso da
técnica da bandeira na escada fixa vertical, também se corporificou na
Assembleia, relembrando causos dos antigos cadetes. O Dr Lobo do Moneró,
esmerado anfitrião e atleta, ajudou a reavivar idos da seara esportiva, pois o
botafoguense Israel serviu durante longos períodos na EsEFEx e na Brigada
Aeroterrestre. Ele e o Vargão abrilhantaram sobremaneira o convescote no CMPV,
propiciando excelentes momentos à galera da Irmandade 72.
Variados e importantes temas constaram da abagunçada pauta informal.
Estimado e atuante confrade, por exemplo, declinou sua irresistível vocação para
ser de Cavalaria. Segundo o lendário combatente gaudério, ora afamado causídico
engravatado, o fato de ter esnobado a Arma dos horizontes amplos e cargas
avassaladoras derivou de motivos
alheios à sua vontade; de acordo com suas palavras, só assumiu
coragem para revelação de tamanha exposição profissional graças ao processo de
catarse que o acomete, mais de quarenta e dois anos decorridos do envelopamento
sigiloso da piruação individual das Armas, Quadros e Serviços. E, sem ninguém a argüi-lo,
deslanchou o fero guerreiro a enfileirar fatos que comprovariam sua queda inata
para a arte da equitação, por conseguinte para integrar o Esquadrão da
AMAN.
Caudalosos foram os argumentos, narrativas e
explicações. Para poupá-los, transmitirei apenas aqueles externados de modo mais
veemente pelo filho pródigo de Santa Maria, cujo nome discrição em mim arraigada
impede publicá-lo, tencionando protegê-lo de especulações vãs e injustas, talvez
provocativas de reações iracundas no seio de sua valorosa Arma. Comparo sua
desdita interior à de flamenguista roxo admitindo frustração de não ser
vascaíno; à de palmeirense simpatizante da grei corintiana; ou mesmo à de alguém
cuja namorada de infância o abandonou para casar-se com o ex-melhor amigo. São
provações terrenas, suscetíveis de acontecer a qualquer mortal. Retornemos ao
querido confrade, escravizado por irrefreável estado de catarse freudiana, do
qual me restringir ei a resumir duas narrativas marcantes que dele avultaram na
tarde outonal da sexta-feira passada.
Na primeira, o Dr B, pseudônimo por mim
escolhido, afiançou possuir o dom de montar. Invocou as origens gauchescas,
pilchado desde piá, galopando corcéis selvagens na campanha e nos quartéis
brigadianos, incluído o de Passo Fundo, tchê!!! Até então os circunstantes,
absortos, calados, voavam nas asas da imaginação de feitos tão audazes a simples
garoto. Mesmo para gaúcho nativo, recendiam proezas indizíveis. Todos o
admiravam. Eu, feito criança e adolescente urbano no sopé do Turano,
envergonhava-me na comparação ao companheiro audaz, radical a partir de tenra
idade. Ato contínuo, pressentindo o sucesso reinante, o Dr B dá início a suas
peripécias acadêmicas. Aí, caros leitores, a porca começou a torcer o rabo e as
ilusões a se desvanecerem. Vejam só.
As estripulias eqüestres do então cadete Dr
B irrompiam na Sec Equ AMAN, dada sua avidez por demonstrar dotes de cavaleiro
exímio, a se contrapor a indisfarçáveis temores estampados nos rostos de
companheiros desabituados aos gentis perissodáctilos ungulados da Seção, não
sendo raro vários deles baixarem ao HM nas jornadas de equitação para o Curso
Básico. Depois de rápida pesquisa, escolhia as piores montarias, os beiçudos via
de regra mais alterados. Logo a seguir, adentrada a morada do cavalo-problema, o
nosso confrade o cobria de impropérios verbais cabeludos, chutes, rabos de
arraia, rudes safanões, socos, cuteladas de carateca feroz e gestos de jaez
similar segundo hoje confirma, cândida e ingenuamente; no curso da andadura, se
o animal manifestasse mínima intenção de retornar às baias, sobretudo motivada
por exclusivo interesse próprio, recorria ele a ajuda heterodoxa, implausível
nos manuais da nobre arte hípica, para retomar o controle da situação: sacava
sólido porrete de madeira, certamente dissimulado sob a gandola e, do alto da
sela, fazia valer a sua última ratio regis, açoitando sem dó nem piedade a
cabeça da infeliz cavalgadura. Neste ponto da narrativa, a platéia começava a
dar sinais de inquietação. Mais viria.
As cavalgadas espontâneas do Dr B, pasmem,
revestiam-se igualmente de elogiável cunho social. Nos finais de semana, ele e
outro eminente irmão de Arma, natural do agreste nordestino, punham-se a
cavalgar nas proximidades de Resende. Mais que recreá-los, os passeios visavam a
minorar a penúria financeira de amigo comum, morador nos arredores da área
edificada da cidade. O Dr B, e o seu acompanhante, a quem denominarei Sr SC,
inebriados pelos bons propósitos de salvação eterna, com os embornais e mochilas
carregados de alimentos dirigiam-se à residência da pobre criatura, decerto
antecessora dos sem-terra atuais. Num desses passeios equobeneficentes, ao serem
atreladas as rédeas dos arreamentos ao moirão que amparava a casa-grande do
anfitrião, ao menearem levemente as cabeças os animais a construção desabou
num único e espetacular estrondo, junto com ela os residentes, a cavalhada e os
sonhos dos jovens samaritanos para assegurarem precocemente futuro ingresso nos
verdes campos celestiais.
Perplexo diante de tantas confissões
inusitadas, mesmo entremeadas quatro décadas dos acontecimentos que lhes dão
fundamento, desabei tal qual a morada campestre do amigo comum ao Dr B e ao Sr
SC. Incrédulo e confuso, só me restou agradecer ao Dr B os relatos de
indiscutível realismo fantástico e asseverar-lhe que, se cavalariano fosse, sem
dúvida estaria ungido ao panteão de peças incríveis da Arma de Osório. No
tocante à sua catarse, persistem aspectos recônditos a serem explorados em
reuniões vindouras.
Temas outros de sutil relevância permearam a
Assembléia. Premido pelo espaço, indicarei alguns, de relance: a belíssima
camisa quadriculada de inspiração junina do Prez Pimpa; o interesse geral pela
maior participação dos Três Mosqueteiros da ECEME, o Mota, o Nonato e o Ivan
Piranha, além de Dom Coco, nas reuniões futuras; o Volotão, que arquivou a
camisa 10, do R10; a dúvida transcendental levantada por confrade quanto à
postura correta de protuberância típica da masculinidade, se à esquerda da
braguilha da calça, conforme padrão de sua juventude, ou à direita, conforme sói
acontecer na sua maturidade viril; a sofisticação fotográfica do KbçA, sempre à
cata de ângulos originais para os cliques famosos, e a chegada de Do m Obá III sobraçando urna que
consagraria os momentos mais solenes do dia, no referendo Boca x Zé Boré.
Apreciada a proposta da MMM/DF em plenário, o Presidente da MMF/RJ,
após debates sucintos e rápida votação proclamou o resultado soberano da urna,
calcado na invejável estima e prestígio do confrade Ismael: O BOCA ...
FICA!!!
Rio,
02 de junho de 2012 - Nilo
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